“Estamos hoje a atravessar algumas mudanças dramáticas – a nível
político, económico e social – e se não virmos o todo – se ficarmos
presos às pequenas coisas e esquecermos a alegria de saber que a
realidade vai muito mais além dessas pequenas
coisas – a tendência é ficarmos presos a esta realidade e não
conseguimos ver para além dela, perdendo a esperança e confiança que
fazem parte da nossa vivência como seres humanos.
Afinal, cada
ser humano tem de passar por diferentes experiências, é por isso que
somos humanos e as experiências podem trazer sensações boas e outras
vezes sensações dolorosas, mas o que faz a grande diferença é a nossa
perspetiva dessas experiências. Se limitarmos o nosso pensamento de uma
forma dualística – isto é bom, e eu não quero perder a oportunidade de
viver esta experiência mais vezes, e isto é mau – então já estamos a
colocar as nossas experiências em caixinhas pequenas e depois a
tendência é que essas caixas não nos permitem ultrapassar os limites
inerentes a essas caixas e acabamos por ficar presos no bom e no mau, o
que cria conflito e sofrimento nos seres humanos.
Mas se
elevarmos a nossa consciência para além destes limites, vemos que a vida
é muito mais do que bom ou mau ou muito mais do que a caixa mais
pequena em que a mente gosta de colocar estas coisas e percebemos que há
uma consequência para tudo e que a consequência não é sentirmo-nos bem
ou sentirmo-nos mal mas antes transcender essas limitações e chegar a um
espaço de expansão e essa expansão faz parte da alegria. Eu sinto que
isto tem sido difícil de perceber no mundo de hoje, o voltar a esse
estado de alegria, não apenas como individuo mas como cultura e é um
trabalho árduo. E é por isso que estamos a atravessar um momento muito
intenso de mudança.
Eu sinto que o caminho não passa pelo
sofrimento ou pela dor mas antes pela percepção de que o amor pode ser
entendido em tudo e que a beleza é parte integrante de tudo o que
existe. Às vezes demora muito tempo, uma vida inteira, mas porque não
começar a ver as coisas a partir dessa perspectiva?
Porque não ver o
amor e beleza em tudo o que existe, mesmo que de uma perspectiva
emocional ou física, essa não seja a experiência total que estamos a
viver neste momento.
Eu sinto que se mantivermos esse foco,
compreensão e confiança, isto passa a ser parte integrante da nossa
realidade – parte na nova era onde a união de tudo torna-se possível de
uma forma tangível e intuitiva”.
Tony Samara
Sem comentários:
Enviar um comentário